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7 de setembro de 2015

Epístola-22


















São Paulo, 07 de setembro de 2015.

Epístola-21
Fragmentos de mim

Estava chovendo...
Naturalmente te acompanhei até o carro, nos despedimos e eu voltei para casa, entrei no nosso quarto, deitei-me em nossa cama que ainda estava quente do nosso amor.
Deitei-me no seu lado da cama agarrei-me em seus travesseiros e chorei.
Chorei muito, como se minha alma estivesse sendo arrancada do meu corpo a ferro e fogo, mas que, não apenas eu sentindo, também vendo e também executando.
Chorei por um bom tempo sem saber ao certo porque chorava, sei que me sentia magoada, furiosa, sentindo principalmente muito medo.
Amofinei as lágrimas que havia em minha face, instintivamente já proibindo que outras se atrevessem a surgir. Então cacei aquele ar! Aquele que só usamos quando a vida parece que vai nos deixar, aquele que é pouquinho, pequenininho, mas que tem o poder de afastar o fim.
Não sei como lidar com algumas destas “novas” descobertas, sinto-me definitivamente perdida, despida de astucia. Embora pareça ridículo, mas no fundo, bem lá no fundo sinto-me honrada e muito aliviada. Eu sabia que tinha um preço para ficar com você, sabia que a qualquer momento ele se manifestaria, pois sempre que pensava nisso, já tentava me prevenir de que nada seria problema para o tamanho do meu sentimento por você, imaginava que seria capaz de compreender tudo, de superar tudo para não ter que viver longe de você.
Não sei o que faço com todas estas informações, apenas sei que as que me fizeram chorar são menos importantes que as que e me elevaram como mulher, como ser humano e não estão sendo vividas como se deveriam.
Percebi que estou em sua vida, e isso me deixa extremante feliz, porque quando se ama alguém subitamente é na vida dela que queremos estar. Á magoa, a fúria e o medo surgem, emanam de saber que não apenas eu preciso e quero você, mas que há um dissimulado combate que eu não vou perder, porque nunca fui muito de lutar por nada pra mim, mas não quero e não vou abrir mão de você. Esta decisão é irrevogável.
Enide Santos 07/09/2014


1 de setembro de 2015

Epístola-21















São Paulo, 01 de setembro de 2015.

Epístola 21
Fragmentos de mim.

Enide Santos (Poções, 30 de outubro de 1968).
Decidi que não quero ir para sempre, e para isso me propus a criar o caminho que me fará permanecer, pois de alguma forma quero ficar.
Hoje tudo que tenho é tudo que sinto e é este o meu passaporte para alçar meu principal voo. A liberdade de estar depois de ir.
Para chegar onde quero preciso trespassar o tempo, necessito de conhecimento e principalmente da intimidade com o entendimento, porém jamais saberei se cheguei, mas ao menos saberão que tentei.
O que mais me é necessário hoje é que me deem amanhã, hoje convém plantar-me no futuro sem mim o qual jamais saberei se brotei.
Não quero apenas tornar-me leve e simplesmente ser levada pelos ventos, quero jazer-me em negrito ou itálico quero ser grifo.
Habita-me o conteúdo ao qual almejo aprimora-lo e intensifica-lo, para que não se desfaça facilmente.
Pretensão de minha parte? Sim, sei que sim, mas se eu não fizer por mim como poderei dizer para que façam por si se é para isso que estamos aqui!
Nascer não é apenas para viver por viver, nascer é o principio de se fazer.
Neste contexto, dedico minha vida a construção de minha morte, a sua eterna gestação de mim.

Enide Santos 01/09/2015.